sábado, 23 de julho de 2011

o direito de ser livre

Muitas vezes em seus escritos, especialmente no Síntese do Yoga, Sri Aurobindo nos adverte contra aqueles que acreditam que podem praticar a sadhana sem um rigoroso autocontrole, e que dão atenção a todo tipo de inspirações, as quais os conduzem a um perigoso desequi-líbrio em que todos os seus desejos reprimidos, ocultos ou secretos aflo-ram na superfície sob a pretensão de liberação das convenções ordiná-rias e da razão comum.

A pessoas só podem ser livres elevando-se a grandes altitudes, muito acima das paixões humanas. Só quando se alcançou uma liberdade superior, inegoista, e se aboliu todos os desejos e impulsos, é que a pessoa tem o direito de ser livre.

Mas tampouco deveriam as pessoas que são muito racionais, muito moralistas de acordo com as leis sociais, considerarem-se sábias, pois sua sabedoria é uma ilusão e não contém nenhuma verdade profunda.

Aquele que quiser transgredir a lei deve estar acima da lei. Quem quiser ignorar as convenções deve estar acima de todas as regras. E o motivo dessa liberação jamais deveria ser pessoal, egoístico: o desejo de satisfazer uma ambição, engrandecer a própria personalidade através de um sentimento de superioridade, por desprezo aos demais, para colocar-se acima da massa e julgá-la com condescendência. Tome cuidado quando sentir-se superior e olhar os outros de cima, com ironia, como se a dizer: “Eu não sou mais feito desse estofo.” É nesse momento que você sai da trilha e está correndo perigo de cair no abismo.

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