sábado, 30 de abril de 2011

praticando o yoga com a cabeça

Eu acredito que haja uma imensa diferença entre um esforço para a transformação que venha, precisamente, do centro psíquico do ser e uma espécie de construção mental para obter algo.

Não sei, é muito difícil fazer-se compreender, mas enquanto a coisa se processa na cabeça, desse modo (a Mãe gira o dedo perto da cabeça), ela não tem nenhum poder. Ela possui uma força muito pequena e extremamente limitada. E ela se desmente o tempo todo. A pessoa acha que com grande dificuldade ela pode concentrar a vontade, bastante artificial também, e tentar apreender alguma coisa, mas logo no minuto seguinte tudo se desfaz. E ela nem mesmo percebe isto; ela se pergunta: “Como acontece de acabar dessa maneira?”

Não sei, na verdade parece-me muito difícil praticar yoga com a cabeça a menos que a pessoa receba apoio.

A vontade – o que eu chamo de vontade – é algo que está aqui (a Mãe aponta para o centro do peito), que possui poder de ação, poder de realização!

Portanto, é uma interminável batalha.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

o conhecimento do psíquico

A percepção da consciência externa pode negar a percepção do psíquico. Mas o psíquico possui o verdadeiro conhecimento, um conhecimento intuitivo, instintivo. Ele diz: "Eu sei, não posso apresentar razões, mas sei.” Pois o seu conhecimento não é mental, baseado na experiência ou naquilo que se provou verdadeiro. Ele não acredita depois que as provas são apresentadas: a fé é um movimento da alma, cujo conhecimento é espontâneo e direto. Mesmo que todo mundo negue e apresente milhares de provas do contrário, ainda assim ele conhece por meio de um conhecimento interior, uma percepção direta que pode resistir a tudo, uma percepção por identidade. O conhecimento do psíquico é algo concreto e tangível, uma massa sólida. Você pode também trazê-lo para o seu mental, o seu vital e o seu físico; e então você terá uma fé integral – uma fé que pode realmente mover montanhas.

o psíquico e a verdade

“O ser psíquico identifica-se com a Verdade interna?"

Ele se organiza ao seu redor e entra em contato com ela. O psíquico é movido pela Verdade. A Verdade é algo eternamente auto-existente e não depende de nada no tempo ou no espaço, ao passo que o ser psíquico é um ser que cresce, toma forma, progride, individualiza-se cada vez mais. Desse modo, ele se torna cada vez mais capaz de manifestar esta Verdade, a Verdade eterna que é única e permanente. O ser psíquico e a Verdade é uma relação progressiva. Não é possível tornar-se consciente de nosso ser psíquico sem nos tornarmos conscientes ao mesmo tempo da Verdade interna. Todos aqueles que tiveram esta experiência – não uma experiência mental, mas uma experiência integral de contato com o ser psíquico, não um contato com a idéia que eles construíram dele, mas um contato realmente concreto – todos dizem a mesma coisa: a partir do momento em que este contato acontece, a pessoa se torna absolutamente consciente da Verdade eterna dentro de si mesma e vê que este é o propósito da vida e o guia do mundo.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

dificuldades do ser psíquico

Creio que quanto mais psíquica for a pessoa, geralmente mais dificuldades ela tem. Só que ela está armada para enfrentar as dificuldades. Porém, quanto mais psíquica ela for, tanto mais está em contradição com a condição atual do mundo. Portanto, quando se está em oposição com algo, o resultado são dificuldades. E tenho notado que, a maior parte das vezes, aqueles que têm muitas dificuldades são os que possuem um contato mais ou menos íntimo com seu ser psíquico. Se vocês quiserem falar sobre as circunstâncias externas – não estou falando do caráter, isto é muito diferente, mas das circunstâncias externas – as pessoas que têm de lutar mais e que teriam mais motivos para sofrer, são aqueles que possuem um ser psíquico muito desenvolvido.

Você pode enfrentar a dificuldade ou as coisas externas com calma, paz e um conhecimento interior suficiente para não ficar perturbado. Assim, por um lado você é mais sensível e por outro tem mais força para lidar com a sensibilidade.

terça-feira, 26 de abril de 2011

o trabalho do ser psíquico

“Qual é o trabalho do ser psíquico?”

Qual é o trabalho do ser psíquico? Você quer que ele tenha algum trabalho? O que quer dizer exatamente? Qual é sua função? Ah! Muito bem. Poderíamos colocar desta maneira: ele é como um fio elétrico que conecta o gerador com a lâmpada. Agora, se alguém compreendeu, explique o que eu disse!...

“O gerador é o Divino e a lâmpada é o corpo.”

É o corpo, o ser visível.

Portanto, esta é a sua função. Isto quer dizer que se não houvesse nenhum ser psíquico na Matéria, ela não seria capaz de ter um contato direto com o Divino. E é felizmente devido a esta presença psíquica na Matéria que o contato entre a Matéria e o Divino pode ser direto e se pode dizer a todos os seres humanos: “Você carrega o Divino em seu interior e tem apenas que entrar dentro de si mesmo para encontrá-Lo.”

segunda-feira, 25 de abril de 2011

o valor do corpo físico

Este tipo de trabalho, esta harmonização e organização do ser ao redor do Centro divino podem ser feitos apenas num corpo físico e na terra. Esta é, na verdade, a razão essencial e original para a vida física. Pois, tão logo não esteja mais num corpo físico, você não pode mais fazê-lo de modo algum.

E o que é ainda mais extraordinário é que somente os seres humanos podem fazer isto, pois apenas os seres humanos possuem em seu centro a Presença Divina no ser psíquico...

E, no entanto, os seres humanos nascem em um corpo físico sem saber por que, a maioria deles atravessa a vida sem saber por que, abandonam seu corpo sem saber por que, e têm que começar a mesma coisa outra vez, indefinidamente, até que um dia, alguém venha até eles e lhes diga: “Tenha cuidado! Saiba que há um propósito para isto. Você está aqui para este trabalho, não perca sua oportunidade!”

E quantos anos são desperdiçados.

domingo, 24 de abril de 2011

o templo dentro de você

Nas profundezas de sua consciência está o ser psíquico, o templo do Divino dentro de você. Este é o centro ao redor do qual deve se efetuar a unificação de todas essas partes divergentes, de todos esses movimentos contraditórios de seu ser. Quando você tiver alcançado a consciência do ser psíquico e sua aspiração, essas dúvidas e dificuldades podem ser destruídas. Leva mais ou menos tempo, mas você pode ter certeza do sucesso final. Uma vez que você tenha se voltado para o Divino, dizendo: “Quero ser Vosso” e o Divino tenha respondido: “Sim”, o mundo inteiro não pode afastá-lo disso. Quando o ser central tiver feito a sua entrega, a maior dificuldade desaparece. O ser exterior é como uma crosta. Nas pessoas comuns essa crosta é tão dura e espessa que elas não estão conscientes de Divino dentro de si mesmas. Se mesmo por um só momento, o ser interior tiver dito: ‘Eu estou aqui e sou Vosso”, em tão é como se uma ponte fosse construída e, pouco a pouco, a crosta se torna cada vez mais fina, até que as duas partes se unam completamente, e o interior e o exterior se tornem um só.

nunca conte uma mentira

Nome científico: Pereskia
"Condição absoluta para a segurança no caminho."


sábado, 23 de abril de 2011

o ser psíquico

O ser psíquico é um centro de luz, verdade, conhecimento, beleza e harmonia que o Eu Divino em cada um cria, pouco a pouco, por sua presença; ele é influenciado, formado e movido pela Consciência Divina da qual é uma parte, uma parcela. Ele é, em cada um, o ser interior profundo que você deve encontrar a fim de que possa entrar em contato com o Divino dentro de si mesmo. É o intermediário entre a Consciência Divina e sua consciência externa; é o construtor da vida interior, é aquele que manifesta, na natureza exterior, a ordem e a lei da Vontade Divina. Se você se tornar consciente, em sua consciência externa, do ser psíquico em seu interior, e unir-se a ele, você pode encontrar a pura Consciência Eterna e viver nela, em vez de ser movido pela ignorância, como os seres humanos constantemente são, você se torna consciente da presença de uma luz e um conhecimento eterno dentro de si, e a isto se entrega e se consagra integralmente, passando a ser movido por isto em todas as coisas.

O ser psíquico é aquilo que persiste depois da morte, porque é seu eu eterno; é ele quem perpetua a consciência de vida em vida.

O ser psíquico é a individualidade real do verdadeiro e divino ser individual dentro de você. Pois sua individualidade significa o seu modo especial de expressão, e seu ser psíquico é um aspecto especial da Consciência Divina única que tomou forma em você.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

contato com o ser psíquico

Na vida comum não existe uma única pessoa em um milhão que tenha um contato consciente com seu ser psíquico, mesmo que seja momentâneo. O ser psíquico pode trabalhar a partir do interior, mas tão invisivelmente e inconscientemente para o ser externo, como se ele não existisse. E na maior parte dos casos, na imensa maioria, quase na totalidade dos casos, é como se ele estivesse adormecido, totalmente inativo, numa espécie de torpor.

É somente com a sadhana e com um esforço muito persistente que se consegue ter um contato consciente com o próprio ser psíquico.

Em quase, quase todos os casos, é necessário um esforço muito, muito perseverante para que a pessoa se torne consciente de seu ser psíquico. Normalmente se considera que se uma pessoa pode realizar isto em trinta anos, ela tem muita sorte – quero dizer, trinta anos de esforço contínuo. Pode acontecer que seja mais rápido. Mas isto é tão raro que imediatamente dizemos: “Este não é um ser humano comum.” Este é o caso de pessoas que têm sido consideradas como seres mais ou menos divinos e que foram grandes yogues, grandes iniciados.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

uma virada da consciência

Há um momento – porque esta é uma questão que se torna cada vez mais intensa e cada vez mais aguda – em que você tem até mesmo o sentimento de que as coisas são estranhas, ou seja, de que elas não são reais; chega um momento em que esta sensação que você tem de si mesmo, de ser você mesmo, torna-se estranha, uma espécie de sentimento de irrealidade. E a questão continua a elevar-se: “Mas, então, o que sou eu?” Bem, chega um momento em que isto se eleva com tanta concentração e tal intensidade que, com esta intensidade de concentração, ocorre uma reversão, e assim, ao invés de estar deste lado você se acha do outro lado, e quando se está de outro lado, tudo se torna muito simples: você compreende, você sabe, você é, você vive, e então vê claramente a irrealidade do resto, e isto é o quanto basta.

Você pode ter que esperar dias, meses, anos, séculos, vidas, antes que este momento chegue. Mas, se você intensifica a aspiração, há um momento em que a pressão é tão grande e a intensidade da questão tão poderosa que algo reverte na consciência, e então isto é absolutamente o que se sente: ao invés de estar aqui, você está lá, em lugar de ver de fora e tentar ver o que está dentro, você está dentro; e a partir do instante em que se está dentro, tudo muda absolutamente, completamente, e tudo o que lhe parecia verdadeiro, natural, normal, real, tangível, tudo isto, imediatamente, sim, parece-lhe muito grotesco, muito estranho, muito irreal, totalmente absurdo; mas você tocou algo que é supremamente verdadeiro e eternamente belo, e isto nunca mais se perde.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

o nascimento do espírito

Na existência individual, o espírito é o que faz toda diferença; enquanto você apenas fala do espírito e ele é algo sobre o qual leu, sobre cuja existência conhece vagamente, mas que não é uma realidade muito concreta para a consciência, isto significa que você não nasceu no espírito. E quando você nasce no espírito, ele se torna algo muito mais concreto, muito mais vivo, muito mais real, muito mais tangível do que todo este mundo material. E isto é o que faz a diferença essencial entre os seres. Quando isto se torna espontaneamente real – a existência verdadeira, concreta, a atmosfera em que você pode respirar livremente – então você sabe que atravessou para o outro lado. Mas, enquanto isto for algo muito vago e nebuloso, algo do qual você ouviu falar, que você sabe que existe, mas... que não tem nenhuma realidade concreta – bem, isto significa que o novo nascimento ainda não aconteceu.

terça-feira, 19 de abril de 2011

contatando "isto"

Existe “algo”, uma realidade que está além de toda a nossa capacidade de expressão, com o qual podemos conseguir entrar em contato, se nos aplicarmos a isso com disciplina. Mesmo sem ter as palavras para expressar, mesmo sem conseguir falar desse "algo", se você se identifica com ele, então isso é o primeiro passo. Em geral, tentamos nos aproximar desse "algo" através das palavras, e cada um vai usar o vocabulário que possuir e que corresponde a uma convicção mental particular. Pessoas de outras origens ou grupos usarão outro vocabulário e pensarão neste "algo" de maneira diferente. O que estou tentando lhes dizer é que existe alguma coisa além de nós que não pode ser apreendida pelo pensamento, mas que existe e que o nome que você dá a isto não importa, não tem nenhuma importância, isto existe.

A única coisa a fazer é entrar em contato com “isto” – e não dar-lhe um nome ou tentar descrevê-lo. ...

Há somente uma coisa importante: é você cultivar uma vontade sincera e persistente, pois essas coisas não acontecem num piscar de olhos. Portanto, a pessoa deve perseverar e quando sentir que não está progredindo, não deve desaminar. Ao contrário, deve tentar descobrir o que na natureza está se opondo, e então fazer o progresso necessário....

O que é importante é seguir o caminho, o seu caminho, não importa qual, e, sim, chegar lá.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

não se prenda às palavras

A principal dificuldade é que você pensa com palavras, mas essas palavras são vazias de sentido; a maior parte do tempo elas são meras palavras – você fala do Divino, fala do Supremo, fala do Yoga, diz muitas coisas, mas tudo isto corresponde em sua cabeça a algo concreto, a um sentimento, a uma idéia clara, a uma experiência? Ou elas são apenas palavras?

Você deve ver a coisa, a experiência por trás das palavras. Aqui nós falamos de “Yoga”, mas em outro lugar se falaria de modo diferente; alguns diriam: “Eu estou buscando minha raison d’être”, e assim por diante. Aqueles que têm uma inclinação religiosa dirão: "Quero encontrar a Presença divina”. Existem cinqüenta maneiras de dizer a coisa, mas é a coisa que é importante; você deve sentí-la em sua cabeça, em seu coração, em toda parte. Ela deve ser concreta, viva, do contrário você não pode progredir. Você deve abandonar as palavras e agir – entrar na experiência, entrar na vida.

domingo, 17 de abril de 2011

entusiasmo

Nome científico: Petunia xhybrida
"O verdadeiro entusiasmo é repleto de uma resiliência pacífica."





experiência espiritual

“Você fala de experiência espiritual. O que é uma experiência e como se pode tê-la?”
É algo que o coloca em contato com uma consciência mais elevada do que aquela que você normalmente possui. Você tem certa percepção de si mesmo e não está nem mesmo consciente disso, esta é para você sua condição normal, compreende? Bem, se você de repente tornar-se consciente no interior de alguma coisa, muito diferente e muito mais elevada, então o que quer que possa ser, isto será uma experiência espiritual. Você pode formulá-la com uma idéia mental, pode não formulá-la; pode explicá-la para si mesmo, ou não; ela pode durar, ou não, ela pode ser instantânea. Porém, quando houver esta diferença essencial na consciência e quando, naturalmente, a qualidade que surge é muito...muito superior, mais clara e mais pura do que normalmente se possui, então a pessoa pode chamar isto de experiência espiritual. O que significa que existem milhares de coisas diferentes que podem ser denominadas de experiências espirituais.

sábado, 16 de abril de 2011

abra-se para as regiões superiores

Se você se abrir para as regiões superiores da consciência e a força do alto descer, ela estabelecerá muito naturalmente o silêncio nas regiões inferiores, pois elas são governadas por este poder superior que desce. Ele vem das regiões superiores da mente ou das que estão além, até mesmo da supramente. Dessa forma, quando esta força e consciência descem e penetram na consciência de um plano inferior, esta se torna naturalmente quieta, pois ela é como que invadida, inundada por essa luz superior que a transforma.

A pessoa pode agir, escrever e falar sem que a mente esteja ativa, com esta força que vem do alto penetrando na mente e usando-a; e a própria mente torna-se apenas um instrumento passivo. E na verdade, esta é a única maneira de estabelecer o silêncio; pois, uma vez que ele esteja estabelecido, este silêncio, a mente não se move mais, ela age apenas sob o impulso dessa força, da manifestação desta sobre ela. É semelhante a um campo muito, muito tranqüilo, e a força, quando vem, coloca os elementos em movimento e usa-os, e se expressa através da mente sem que esta fique agitada. Ela permanece absolutamente quieta.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

torne sua consciência vasta

“Doce Mãe, como podemos tornar vasta a nossa consciência?”

Vasta? Ah, existem muitas maneiras de fazer isto. O modo mais fácil é identificar-se com algo vasto. Por exemplo, quando você sente que está encerrado num pensamento, vontade ou consciência completamente estreita e limitada, quando sente como se estivesse numa concha, então se começar a pensar sobre algo muito vasto, como por exemplo, a imensidade das águas de um oceano, e se realmente puder imaginar este oceano e como ele se estende cada vez mais longe, longe, longe, longe, em todas as direções, dessa forma (a Mãe estende os braços), como, comparado a você, ele é tão vasto, tão vasto que você não pode ver a outra praia, não pode alcançar sua extremidade em qualquer direção, nem atrás, nem adiante, nem à direita ou à esquerda...é vasto, vasto, vasto, vasto...você pensa nisto e então sente que está flutuando sobre este mar, assim, e que não existe nenhum limite...Isto é muito fácil. Então, você pode ampliar um pouco sua consciência.

Outras pessoas, por exemplo, começam olhando para o céu; e então elas imaginam todos aqueles espaços entre todas aquelas estrelas, e toda...essa espécie de infinidade de espaços nos quais a terra é um ponto extremamente pequeno, menor do que uma formiga, sobre a terra.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

sente-se em silêncio

Quando você tem um pouco de tempo, seja uma hora ou alguns minutos, diga a si mesmo: “Afinal, tenho algum tempo para me concentrar, para me recolher, para recordar o propósito de minha vida, para oferecer-me ao Verdadeiro e ao Eterno.” Se tiver cuidado em fazer isto cada vez que estiver preocupado com as circunstâncias externas, descobrirá que está avançando muito rápido no caminho. Ao invés de desperdiçar seu tempo conversando, fazendo coisas inúteis, lendo coisas que rebaixam a consciência...é melhor ser moderado, equilibrado, paciente, mas nunca perder uma oportunidade que lhe foi dada, ou seja utilizar para o verdadeiro propósito o momento desocupado diante de você.

Quando não tem nada a fazer, você se torna inquieto, anda de um lado para outro, encontra os amigos, vai passear, para falar apenas do melhor; não estou me referindo a coisas que obviamente não devem ser feitas. Em lugar disso, sente-se calmamente diante do céu, diante do mar ou sob as árvores, o que for possível, e tente realizar uma dessas coisas – entender por que você vive, aprender como deve viver, ponderar sobre o que quer realizar e o que deve ser feito, qual o melhor caminho para se livrar da ignorância, da falsidade e do sofrimento nos quais você vive.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

paz, paz, paz

“Como podemos estabelecer uma paz e um silêncio estáveis na mente?”

Antes de tudo, você deve querer isto. Em seguida você deve perseverar e continuar tentando...Para começar, sente-se em silêncio; em seguida, ao invés de pensar em cinqüenta coisas, você começa a se dizer: “Paz, paz, paz, paz, paz, calma, paz!” Você imagina a paz e a calma. Você aspira, pede para que ela venha: “Paz, calma, paz.” E então, quando alguma coisa vier, tocá-lo e agir, diga serenamente, dessa forma, “Paz, paz, paz.” Não olhe para os pensamentos, não os ouça, entende? Você não deve prestar atenção em tudo o que vem. Você sabe, quando alguém o incomoda muito, e você quer se livrar dessa pessoa, você não lhe dá atenção, não é? Ótimo! Você vira a cabeça para o outro lado e pensa em outra coisa. Bem, isto é o que deve fazer: quando os pensamentos vierem, não deve olhar para eles, não deve ouvi-los, não deve prestar nenhuma atenção, deve comportar-se como se eles não existissem, compreende!? E assim, repita todo o tempo como um – como direi? – como um idiota, que repete sempre a mesma coisa. Bem, você deve fazer o mesmo, repetir: “Paz, paz, paz.” Dessa forma, você tenta isto por alguns minutos e então faz o que tem que fazer; e assim, da próxima vez, comece de novo; sente-se novamente e tente.

terça-feira, 12 de abril de 2011

aprenda a ser quieto

O barulho feito por todas as palavras, todas as idéias em sua cabeça, é tão ensurdecedor que o impede de ouvir a Verdade quando ela quer se manifestar.

Aprenda a ser quieto e silencioso...Quanto tiver um problema a resolver, ao invés de ficar revolvendo na cabeça todas as possibilidades, todas as conseqüências, todas as coisas possíveis que deve ou não fazer, se ficar quieto com uma aspiração por boa-vontade, se possível uma necessidade de boa-vontade, a solução virá rapidamente. E como está quieto, você a ouvia.

Quando estiver em dificuldades, tente este método: ao invés de tornar-se agitado, a remoer todas as idéias buscando ativamente por soluções, preocupado, ansioso, correndo para lá e para cá dentro de sua cabeça – não externamente, pois acho que você tem bom senso para não fazê-lo, mas no interior, em sua mente – permaneça quieto. E, de acordo com sua natureza, com ardor ou paz, com intensidade ou amplidão, ou com tudo isto junto, implore pela Luz e espere por sua vinda.

Desse modo o caminho será consideravelmente mais curto.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

a ação correta

Tudo quanto tem sido realizado no mundo, o foi pelos poucos que puderam conservar-se em silêncio, fora da ação; porque são eles os instrumentos do poder Divino. Eles são os agentes dinâmicos, os instrumentos conscientes que fazem descer as forças que transformam o mundo. É assim que as coisas podem ser feitas, não por uma atividade irrequieta. Na paz, no silêncio e na tranqüilidade o mundo foi construído; e cada vez que algo tem de ser verdadeiramente construído, é na paz, no silêncio e na tranqüilidade que isto deve ser feito. É ignorância pensar que você deve correr de manhã até à noite e trabalhar em todo tipo de coisas fúteis para fazer alguma coisa pelo mundo.

Basta você recuar, afastar-se destas forças turbulentas para regiões calmas, para ver quão grande é a ilusão. De lá, a humanidade parece uma massa de criaturas cegas, precipitando-se em todos os sentidos, sem saber o que fazem ou por que o fazem, apenas chocando-se e tropeçando uns no outros. E é isto que eles chamam de ação de vida! É agitação vazia, não é ação, não é a verdadeira vida.

domingo, 10 de abril de 2011

a ilusão da ação

Agiitação, pressa e inquietude não conduzem a lugar nenhum. É a espuma sobre o mar; é uma preocupação exagerada que não produz nada. As pessoas têm a sensação de que se elas não estiverem o tempo todo correndo pra lá e para cá e precipitando-se em acessos de atividade febril, não estão fazendo nada. É uma ilusão pensar que estes assim chamados movimentos mudam coisas. É como pegar uma xícara e sacudir a água que está dentro; a água se desloca, mas não é mudada por toda essa agitação. Essa ilusão de ação é uma das maiores ilusões da natureza humana. Ela prejudica o progresso porque incita a necessidade de se lançar em qualquer movimento excitante. Se vocês pudessem unicamente perceber a ilusão e ver a inutilidade de tudo isso, e como isso não muda nada! Você não chega a lugar algum desta maneira! Aqueles que estão correndo assim, de lá para cá, são instrumentos de forças que os fazem dançarem para seu próprio divertimento. E elas não são nem mesmo forças da melhor qualidade.

chama

Nome científico: Hibiscus squizopetalus
Elegante e triunfante em seu ardor.


sábado, 9 de abril de 2011

realizando a obra divina

“Mãe, se na longa jornada, por exemplo, a pessoa faz um esforço para cobrir uma distância cada vez maior, como ela realiza o trabalho divino?”
Hein? Perdoe-me, não é pelo prazer de realizar um grande avanço, é para tornar o seu corpo mais perfeito em seu funcionamento, e, portanto, um instrumento mais adequado para receber as forças divinas e manifestá-las.

Ora, tudo, tudo o que se faz neste lugar deve ser feito com este espírito, do contrário você nem mesmo se beneficia da oportunidade que lhe é dada, das circunstâncias que lhe são oferecidas. Eu lhe expliquei outro dia, não foi? Que a Consciência está aqui, penetrando em todas as coisas e tentando manifestar-se em todos os movimentos. Mas se você, de sua parte, diz a si mesmo que o esforço que está realizando,  que o progresso que está fazendo, você o faz de modo a tornar-se mais capaz de receber esta Consciência e de manifestá-la, o trabalho será naturalmente muito melhor e mais rápido.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

a verdadeira integridade

“Mãe, por que aqui, no trabalho, algumas pessoas se arriscam a realizar suas fantasias e desse modo muito dinheiro é desperdiçado?”

Não é apenas o dinheiro que é desperdiçado! – A Energia, a Consciência são infinitamente, mil vezes mais desperdiçados do que o dinheiro. Se não houvesse nenhum desperdício...creiam-me, acho que o Ashram não poderia existir! Não se passa um segundo sem que haja um desperdício – às vezes é pior do que isto. Há este hábito – não muito consciente, eu espero – de absorver tanta Energia, tanta Consciência quanto se possa e usá-la para as próprias satisfações pessoais. Isto, na verdade, é o que está acontecendo a cada minuto. Se toda a Energia, toda a Consciência que é constantemente derramada sobre todos vocês, fosse utilizada para o verdadeiro propósito, ou seja, para o trabalho divino e a preparação para a obra divina, já estaríamos muito avançados no caminho, um Ito mais avançados do que estamos. Mas todos, mais ou menos conscientemente e, de qualquer modo, instintivamente, absorvem tanta Consciência e Energia quanto podem, e tão logo sintam essa Energia em si, usam-na para seus fins pessoais, sua própria satisfação

Se alguém quiser realizar uma obra divina sobre a terra é preciso vir com toneladas de paciência e perseverança. A pessoa precisa saber como viver na eternidade e esperar a consciência despertar em todos – a consciência do que é a verdadeira integridade.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

por que esta Obra divina?

Toda esta perfeição que vamos adquirir não é um propósito pessoal e egoísta, é para sermos capazes de manifestar o Divino, para ser posta a serviço do Divino. Não buscamos este desenvolvimento com uma intenção egoísta de perfeição pessoal; buscamo-lo porque a Obra divina deve ser realizada.

“Mas por que realizamos esta Obra divina? É para nos fazermos..”

Não, absolutamente não! Porque é esta a Vontade divina. Não é de modo algum por uma razão pessoal, não deve ser isto. Porque é a Vontade divina e a Obra divina.

Enquanto uma aspiração ou desejo pessoal, uma vontade egoísta, seja adicionada a isto, tal coisa sempre gera uma mistura e não é exatamente a expressão da Vontade divina. A única coisa que deve contar é o Divino, Sua Vontade, Sua manifestação, Sua expressão. A pessoa está aqui para isto, ela é isto, e nada mais. E enquanto há um sentimento de eu, da pessoa, que interfira... Bem, isto prova que ela ainda não é o que deveria ser, isto é tudo. Não digo que isto pode ser realizado da noite para o dia, contudo é a verdade.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

venha para a Obra Divina

Toda vez que alguém vem me dizer: “Eu venho pelo meu yoga”, eu digo: “Oh, não! Então não venha. É muito mais difícil aqui do que em qualquer outro lugar.”...

Se alguém vem me dizer: “Eu venho para trabalhar, parar torna-me útil”, então está tudo bem. Porém, se a pessoa vem e diz: “Tenho muitas dificuldades lá fora, não consigo superá-las. Quero vir para cá, porque isto me ajudará”, eu digo: “Não, não, aqui será muito mais difícil; suas dificuldades serão consideravelmente aumentadas.” E quer dizer exatamente isto, porque elas não serão mais dificuldades isoladas; serão dificuldades coletivas.

Assim, quando as pessoas vêm e me dizem: “Eu vim para cá a fim de obter paz, quietude, ficar livre, praticar o meu yoga”, eu lhes digo: “Não, não, não! Vá embora imediatamente para qualquer outro lugar, você estará muito mais cheio de paz em qualquer outro lugar do que aqui*.”  *(A Mãe refere-se ao ‘Ashram de Sri Aurobindo’ na Índia)

Se alguém chega e diz: “Bem, aqui estou, sinto que devo consagrar-me à Obra Divina, estou pronto para realizar qualquer trabalho que me dê”, então eu digo: “Bom, está certo. Se você tiver boa-vontade, persistência, e alguma capacidade, está tudo bem. Mas para encontrar a solidão necessária para seu desenvolvimento interior, é melhor ir a outro lugar, qualquer lugar, não aqui.”

terça-feira, 5 de abril de 2011

as três vitórias

A primeira vitória é criar uma individualidade. Depois disso, a segunda vitória é dar esta individualidade ao Divino. E a terceira vitória é o Divino transformar sua individualidade num ser divino.

Há três estágios: o primeiro é tornar-se um indivíduo; o segundo é consagrar o indivíduo, para que ele possa entregar-se inteiramente ao Divino e tornar-se identificado com ele; e o terceiro, é o Divino tomar posse desse indivíduo e transformá-lo num ser à Sua própria imagem, ou seja, ele também se torna divino.

De maneira geral, todos os yogas paravam no segundo. Quando a pessoa havia conseguido realizar a entrega do indivíduo e dá-lo sem reservas ao Divino para identificar-se com Ele, ela considerava terminado o seu trabalho e que tudo estava realizado.

Mas nós começamos ali, e dizemos: “Não, isto é apenas o começo. Nós queremos que este Divino, com o qual estamos identificados, entre em nossa individualidade e transforme-a numa personalidade divina atuando em um mundo divino. E isto é o que chamamos de transformação.”

segunda-feira, 4 de abril de 2011

lembre-se e ofereça

“Quando estamos concentrados em movimentos mentais ou atividades intelectuais, por que às vezes esquecemos ou perdemos contato com o Divino?”
Vocês o perdem porque sua consciência ainda está dividida. O Divino não se estabeleceu em sua mente; vocês são inteiramente consagrados à Vida Divina. Do contrário, vocês poderiam se concentrar o quanto quisessem em tais coisas e ainda assim teriam a sensação de estarem sendo auxiliados e sustentados pelo Divino

Em todas as ocupações, intelectuais ou ativas, seu único lema deve ser: “Lembre-se e ofereça”. Que tudo o que vocês façam seja realizado como uma oferenda ao Divino. E isto será também uma excelente disciplina para vocês, isto os impedirá de fazer uma grande quantidade de coisas tolas e inúteis.

domingo, 3 de abril de 2011

sinceridade no vital

Nome científico: Aster amellus
O caminho certo para a realização.


o corpo precisa de atividade

O corpo precisa de atividade: se você o mantiver inativo, ele começará a revoltar-se, tornando-se doente e assim por diante. Ele necessita de uma atividade, realmente precisa de uma atividade como plantar flores, construir uma casa, algo bem material. Você deve sentir isto. Algumas pessoas fazem exercícios, outras andam de bicicleta, existem inumeráveis atividades, mas em seu pequeno grupo todos vocês devem chegar a um consenso de maneira que cada qual possa encontrar a atividade adequada ao seu temperamento, natureza e necessidade. Mas não fundados em conceitos. Tais conceitos não são muito bons, essas idéias geram preconceitos, como por exemplo: “Este é um bom trabalho, este trabalho não é digno de mim”, e todo tipo de tolices como estas. Não existe trabalho ruim, existem apenas maus trabalhadores. Todo trabalho é bom quando você sabe como realizá-lo da maneira correta. Tudo. E é uma espécie de comunhão. Se você for afortunado o bastante para ser consciente de uma luz interior, verá que em seu trabalho manual é como se você chamasse o Divino para as coisas; então a comunhão se torna muito concreta, há todo um mundo a ser descoberto, é maravilhoso.

sábado, 2 de abril de 2011

o controle do corpo

Aqueles que menosprezam as atividades físicas são pessoas que se tornam incapazes de dar um passo sequer no verdadeiro caminho do yoga integral, a menos que abandonem primeiramente o seu desprezo. Controle do corpo em todas as suas formas é uma base indispensável. Um corpo que o domina é um inimigo, é uma desordem que você não pode aceitar. É a vontade iluminada da mente que deve governar o corpo, e não este que deve impor sua lei sobre a mente. Quando a pessoa sabe que tal coisa é má, ela deveria ser capaz de não fazê-la. Quando ela quiser que algo seja realizado deve ser capaz de realizá-lo sem ser interrompido a cada passo pela inabilidade do corpo, por sua má vontade ou falta de colaboração; e para isto, ela deve seguir uma disciplina física e tornar-se o senhor de sua própria casa.

É muito agradável escapar através da meditação e olhar das alturas, de sua assim chamada grandeza, para as coisas materiais, mas quem não é senhor de sua própria casa é um escravo.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

medite sob todas as circunstâncias

Você pode estar realizando o tipo mais ativo de ação, por exemplo, jogando basquete, que exige uma grande movimentação, e, no entanto, não perder a atitude de meditação interior e concentração no Divino. E quando você conseguir isto, verá que tudo o que faz muda de qualidade; você não apenas o fará melhor, mas o fará com uma força totalmente inesperada, e ao mesmo tempo manterá sua consciência tão elevada e tão pura que nada mais poderá tocá-lo. E observe que isto pode ir tão longe que mesmo se ocorrer um acidente, ele não o ferirá. Naturalmente, isto é o ápice, mas é um ápice ao qual se pode aspirar.

Você não deve cometer o erro muito comum de acreditar que deve se sentar num canto absolutamente quieto, isolado de todos, onde esteja numa posição clássica e inteiramente imóvel, para ser capaz de meditar – isto não é verdade. O que é preciso é conseguir meditar em todas as circunstâncias, e o que eu chamo de “meditar” não é esvaziar a cabeça, mas concentrar-se na contemplação do Divino.

E a vida mudará de qualidade, e você, você se sentirá um pouco diferente daquilo que era, tomado de uma paz, de uma certeza, de uma calma interior, de uma força imutável, de algo que não cede jamais.